COMUNIDADE
Aumento de lixo nas praias no verão. O que fazer?
São inúmeros os tipos de lixo produzidos nas praias e muitas vezes descartados incorretamente e deixados na areia tornando as praias sujas e quando carregados pelas ondas chegam ao mar poluindo o oceano e prejudicando as diversas espécies de vida marinha.
O lixo nas areias e no mar causa prejuízos ambientais, por isso a insistência neste assunto é tão urgente e atual, visto que com a pandemia do coronavírus o uso de materiais descartáveis aumentou, contribuindo para poluir ainda mais praias e oceanos. Por fim, o lixo no mar afeta também a economia dos municípios, que precisam aumentar as despesas com a limpeza das praias e perdem a receita com o turismo. No setor da navegação e nas atividades pesqueiras, a produtividade tende a diminuir devido à morte dos peixes e à poluição dos oceanos, causada por esse lixo descartado de forma irregular.
O Ocean Conservancy cataloga cada item coletado nas limpezas de praias desde 1986, quando realizou a limpeza pela primeira vez, e compilou o que considera ser o maior banco de dados do mundo de detritos marinhos classificados por tipo, com mais de 400 milhões de itens. A linha do tempo geralmente mostra as tendências no comportamento dos consumidores e também a disponibilização de produtos diversos. Por exemplo, latas de bebidas e sacos de papel saíram da lista dos dez itens mais comuns após a limpeza de 2009, cerca de uma década depois de a garrafa de água ter sido amplamente distribuída no mundo todo e o uso de sacolas plásticas para compras em mercados ter ultrapassado os sacos de papel. Garrafas de vidro desapareceram em 2017 da lista dos dez principais itens. Esse foi o ano em que o plástico garantiu seu domínio pela primeira vez entre os dez itens mais comuns como o material mais coletado. “O conjunto de dados do Ocean Conservancy é um importante retrato da linha de tempo da poluição por plástico para todas as pessoas do mundo que se preocupam com essa questão”, diz Jenna Jambeck, professora de engenharia da Universidade da Geórgia e Associada da National Geographic. “Venho mencionando esses dados desde que comecei a pesquisar sobre o assunto, há 19 anos”.
As embalagens plásticas somam quase 45% de todo o plástico produzido entre 2002 e 2014 nos Estados Unidos, na Europa, China e Índia e se tornaram o tipo de plástico dominante no fluxo de resíduos global, mas mesmo assim, a despretensiosa ponta de cigarro permaneceu em primeiro lugar durante os 34 anos de história de limpezas de praias do Ocean Conservancy. Agora, as pontas de cigarro ocupam o segundo lugar, com 4,2 milhões de pontas recolhidas. Embalagens de alimento estão no topo da lista, com mais de 4,7 milhões de embalagens individuais coletadas.
Uma relação dos itens coletados, catalogados por país e tipo, foi publicada on-line hoje. A coleta de lixo abrangeu praias de todos os continentes, com exceção da Antártida.
Os outros itens entre os dez mais comuns estão relacionados a comidas e bebidas e a maioria deles não é reciclável. A lista inclui garrafas e tampas de garrafas, canudos e mexedores, copos, tampas, recipientes descartáveis e sacolas de plástico. Embora garrafas sejam recicladas em grandes volumes, embalagens plásticas leves são frequentemente rejeitadas pelas operações de reciclagem porque entopem as máquinas. Mas não são somente os lixos industriais que poluem as praias, existem dois tipos de lixo orgânico que causam muita sujeira, as cascas do coco e de milho que servem como embalagens naturais desses alimentos. Nesses casos a quantidade de lixo pode ser diminuída
sensivelmente com as simples mudanças de hábitos de consumo e a exigência da comercialização do produto limpo, sem cascas.
Somente para exemplificar, cada coco gera mais de 1 kg de lixo, isso acarreta toneladas de lixo que são recolhidos na Riviera de São Lourenço pela Associação dos Amigos e em toda Bertioga pela empresa de limpeza pública, que em ambos os casos tem seus custos pagos pela população, isto é, quanto mais lixo produzido, mais custos, consequentemente, mais impostos. O coco verde precisa ser reaproveitado e sua casca de ser lixo, sendo reciclada para ser utilizada na fabricação de vasos, placas e palitos para paisagismo, forragem, substrato, material de decoração, placas acústicas e térmicas, etc. Alguns dos produtos do coco verde reciclado substituem, com inúmeras vantagens, todos artefatos produzidos com o xaxim, que em extinção, tem sua extração regulamentada por lei.
É de suma importância fazer a coleta adequada do lixo nas praias, mas é preciso que os municípios normatizem o uso de embalagens sustentáveis reduzindo os danos causados pelos descartes. Para uma embalagem ser considerada sustentável, ela deve preencher três requisitos:
• Ser feita de um material orgânico e/ou reciclável e/ou biodegradável;
• Ter sido produzida com uso reduzido de energia e recursos naturais;
• Causar mínimo impacto ambiental após o descarte vi.
Mas é essencial que nós nos preocupemos com a destinação de nosso próprio lixo, somente assim, poderemos construir um consumo mais consciente.
Na opinião de Celso Avari, Especialista em Desenvolvimento de Embalagens alguns materiais plásticos descartáveis são desnecessários para o uso no dia a dia, como sacolas, canudinhos e copos.
Acredito que embalagens produzidas com materiais mais “amigáveis” com o meio ambiente, como por exemplo substituir embalagens Plásticas por embalagens de Papel ou Papel Cartão, que vem de “fontes renováveis”, seria interessante. Lembrando que Papel é fabricado a partir de celulose extraída de árvores de reflorestamento, enquanto Plásticos vem de “fontes fósseis” (petróleo), que são finitas.
Devemos reduzir 100% dos materiais plásticos no meio ambiente?
Acho que não, mas se reduzirmos o que de fato pode e deve ser reduzido, acredito que teremos um ganho ambiental considerável.
Maria Beatriz Ribeiro de Melo
Novembro 5, 2021 sáb 6:54 pm
Vejo que muitos edifícios da Riviera não tem o cuidado da coleta seletiva
É muito necessário uma maior conscientização por parte dos funcionários dos edifícios
A Associação deveria fazer com frequência reuniões e cursos para os funcionários